sábado, 20 de dezembro de 2014

Adiada reabertura do hospital

Após três horas de vistoria, hospital de Osório não cumpriu as exigências dos Bombeiros, que devem retornar para nova avaliação na segunda-feira (22)


Major Richard Menezes (centro) e sua equipe constaram precariedade na instalação de extintores de incêndio. Reabertura prevista para ontem contava com faixa que dava boas vindas à população.
Texto e imagens | Lorenço Oliveira

OSÓRIO – Segue indefinida a reabertura do Hospital Beneficiente São Vicente de Paulo, em Osório. Na manhã de ontem, o Corpo de Bombeiros inspecionou o prédio e constatou que o local não está apto a reabrir. A direção do hospital pretende trabalhar durante o fim de semana para readequar às exigências solicitadas. A expectativa é de que os bombeiros voltem a verificar as pendências na segunda-feira (22).

A vistoria que durou cerca de três horas foi coordenada pelo Chefe da Secção de Prevenção a incêndios do Comando Regional de Bombeiros Major Richard de Oliveira Menezes. A equipe de bombeiros tinha a missão de verificar a existência de três itens básicos de segurança: iluminação, sinalização e extintores. Ou seja, conferir se estavam funcionando, e nos lugares corretos, as lâmpadas de emergência, as placas de saída para rotas de fuga e os extintores de incêndio.

“Nós vimos uma precariedade na instalação de extintores de incêndio, que são itens mínimos de segurança, que nós não podemos deixar de cobrar. Mas são coisas que podem ser consertadas com rapidez e agilidade”, disse o major Menezes. “Então nós estamos fazendo a notificação de correção e, tão logo estiver pronto, voltamos a fazer uma nova inspeção para liberar o alvará”.

O presidente da instituição Francisco Moro tinha a esperança de que o hospital fosse reaberto ontem às 14h, em que contaria com a presença da Secretaria Estadual da Saúde Sandra Maria Sales. Em entrevista ao programa Comunidade Ativa, na rádio Momento FM (98,1) poucos minutos antes do início da inspeção, Moro disse que foram instalados 131 extintores de incêndio e que os bombeiros já tinham certificado de que poderiam abrir, restando apenas uma última vistoria.

Indagado sobre o rigor da lei e se não estaria faltando bom senso para flexibilizá-la para estes casos, o major Menezes dispara: “Não vamos colocar a culpa na lei nova, por que são normas muito antigas. Por exemplo, a Lei para saídas de emergência é de 1993. A legislação nova faz apenas uma padronização de formas de procedimento, mas ela não exige nada de itens que já não eram exigidos na lei anteriormente (Lei 10.927 de 1997)”, esclarece Menezes.

Pacientes aguardam no setor de hemodiálise do Hospital, que segue aberta
O Hospital São Vicente de Paulo foi inaugurado em 18 de julho de 1925. Nestes 89 anos, o local passou por várias modificações, no entanto, o Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI) nunca foi regularizado. “Ele [o hospital] já tem uma notificação do corpo de bombeiros de 2001 e nunca foram feitas as adaptações. Houve um pequeno foco de incêndio [sinistro em 17 de maio, que fechou o hospital] e várias notificações, cerca de cinco que eu tenha acompanhado”, expõe o major Richard Menezes, que acredita que houve um descaso na prevenção de incêndios.

Além dos três itens básicos de segurança, o major citou que há irregularidades no dimensionamento de saídas e precisam ser construídas mais escadas. “Isto aqui é um labirinto”, exclama Menezes. O chefe da Secção ainda observou irregularidades no armazenamento do gás central. Apesar de várias inconformidades, a lei prevê 12 meses para readequação destes outros itens.

Compareceram ainda durante a vistoria dois políticos envolvidos na questão: o Deputado Federal, Alceu Moreira, e o vereador, Ed Moraes, ambos do PMDB. Integrantes do Sindisaúde também estavam presentes, entre eles o secretário-geral Julio César Jesien.

Hospital perderá 20 leitos após abertura, diz Genaro Fígoli

Segundo Genaro Fígoli, Hospital terá redução de 101 para 80 leitos após abertura

O delegado coordenador da 18º regional de saúde Luís Genaro Fígoli, ressaltou ainda durante a vistoria dos bombeiros, que haverá uma redução de um leito em cada enfermaria do primeiro e do segundo andar do hospital. “Haverá diminuição do número de leitos, pois as camas estavam muito juntas, o que poderia afetar saídas de emergência”, explica Fígoli. O Hospital possui atualmente 101 leitos e deve diminuir para 80, segundo o delegado coordenador. 

Delegado Coordenador da 18º regional de saúde Luis Genaro Fígoli (esquerda) acompanhou vistoria

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