Único vereador da sigla na Câmara de Osório está inconformado
com as últimas notícias que envolvem o Partido Progressista no esquema de
corrupção na Petrobras
Lorenço Oliveira
Rossano Teixeira ainda não sabe para qual partido poderá ir
Foto: Lorenço Oliveira/Momento
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OSÓRIO
– O vereador Rossano Teixeira (PP) declarou nesta sexta-feira (20) que sairá do
partido, caso sejam confirmadas as suspeitas de que deputados da sigla tenham
recebido propina da Petrobras. Em entrevista ao programa Comunidade Ativa, na
rádio Momento FM (98,1), o vereador
disse não saber para qual legenda poderá migrar.
– Se todas as nossas lideranças estão efetivamente comprometidas,
acho que o partido tem que sumir. Não vejo mais por que...
– Aí o vereador Rossano está fora do PP?, interrompe
o apresentador Carlos Augusto.
– Com certeza! Se isso se confirmar, eu tô fora.
Tranquilamente.
No dia 6 de março, o ministro do Supremo Tribunal
Federal Teori Zavascki derrubou o segredo de Justiça dos nomes investigados na
Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A decisão autorizava a divulgação de
uma relação com cerca de 50 políticos suspeitos de corrupção na Petrobras, a
qual ficou conhecida como “lista do Janot”, em alusão ao procurador-geral da
República, Rodrigo Janot.
A lista contém políticos de vários partidos como PT,
PMDB, PTB, PSDB e PP. Este último foi bastante afetado no Rio Grande do Sul,
onde cinco deputados federais constaram na lista: Afonso Hamm, José Otávio
Germano, Jerônimo Goergen, Luiz Carlos Heinze e Renato Molling. Além disso, o
ex-deputado Vilson Covatti também foi apontado. Os seis parlamentares integram
a bancada do PP gaúcho na legislatura 2011-2014.
Na sessão do dia 9 de março, Rossano Teixeira
anunciou que estava bastante desapontado com seu partido e não descartava se
desconectar. Ontem, na rádio, Teixeira disse que tem “amparo legal para poder
abandonar a sigla sem perder o meu mandato, pois o mandato pertence ao partido,
no caso do legislativo”.
Questionado sobre qual partido escolheria tentar se
filiar, Teixeira não indicou nenhum por enquanto. “Enquanto o PT foi oposição,
sempre me foi um partido simpático. Enxergava no PT uma alternativa de
vigilância muito forte de fiscalização muito forte. E construí realmente uma
simpatia. Teve uma época, embora na direita, porque essa coisa de muito extremo
a gente quase que se encosta no outro lado”, brincou o vereador do PP, que
apesar do prefeito Eduardo Abrahão (PDT) ser seu cunhado, não está certo de que
irá para o partido dele.
O vereador, no entanto, ressaltou que depois que o
Partido dos Trabalhadores chegou no poder, não havia mais como simpatizar. “E
eu vejo nas mídias aí: ‘Olha, o cara da Globo rouba também! Tu viu? O fulano tá
roubando, tem dinheiro no exterior’, ou tentando justificar o injustificável,
daí perdeu. Perdeu todo o padrão de conversa”, concluiu Teixeira.
Para confirmar sua saída, o vereador do PP quer ver
provas concretas de que o seu partido tenha realmente saído da linha. “Não tem
como dar crédito a fala de uma só pessoa”, comentou Rossano sobre o doleiro
Alberto Youssef, principal delator do esquema de corrupção na estatal.
Recentemente, vídeos foram divulgados pela RBS TV, onde o operador confirma,
nome por nome, que os deputados do PP teriam recebido propina.
*Matéria publicada no jornal Momento do dia 21 de março de 2015
*Matéria publicada no jornal Momento do dia 21 de março de 2015
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