Funcionários do
Hospital de Osório ainda não receberam pagamento de dezembro. Promessa do
Estado é pagar a partir da semana que vem. Sindicato não descarta greve
Funcionária trabalha durante vistoria dos bombeiros em 19 de dezembro, mês cujo salário está atrasado Foto: Lorenço Oliveira/Arquivo Momento |
Lorenço Oliveira
OSÓRIO – Os
salários referentes ao mês de dezembro dos funcionários do Hospital São Vicente
de Paulo deverão ser pagos até semana que vem. Os pagamentos foram prometidos
pelo Secretário Estadual da Saúde João Gabbardo dos Reis através de um socorro
extraordinário de R$ 1 milhão de reais. A informação foi confirmada ontem pelo
Presidente da instituição Francisco Moro. Apesar disso, o Sindisaúde-RS não
descarta a possibilidade de greve.
Em entrevista ao programa Comunidade Ativa, na rádio
comunitária Momento FM (98.1), Moro explicou que o Hospital está com grandes
dívidas. “Eu pedi R$ 3.052.553,70 [ao secretário]”, pontuou o Presidente. “Estou
com muitas contas para pagar. Há muitos fornecedores atrasados que eu pedi
compreensão. Felizmente, todos estão compreendendo a situação”.
O Sindisaúde-RS, sindicato que representa os profissionais
do Hospital, fizeram pressão na semana passada, lançando uma possível greve.
Moro disse que pediu ajuda ao Deputado Federal, Alceu Moreira (PMDB). “Ontem
[terça, 20] eu recebi a ligação do Alceu dizendo que tinha conseguido marcar
uma audiência com o secretário às 16h30”, relembra. “Então, eu estava com o
telefone na mão para ligar para o sindicato [Sindisaúde-RS], quando me deparei
com três integrantes da classe na minha frente lá no hospital. Então, expliquei
a eles o que iria acontecer”.
João Gabbardo dos Reis prometeu a Francisco Moro que “a
primeira coisa a ser feita na manhã desta quarta-feira”, seria encaminhar um
pedido de socorro para a comissão do Estado que está tratando de questões emergenciais.
“E o secretário entendeu que a questão do hospital de Osório é emergencial”,
disse Moro, que pediu socorro para quitar também os vencimentos de janeiro.
Segundo o Presidente, os salários deste mês [janeiro] devem chegar nos
primeiros dias de fevereiro, podendo atrasar, no máximo, uma semana.
Durante a reabertura do Hospital, no dia 24 de dezembro, a
então Secretária Estadual da Saúde Sandra Fagundes havia assinado o contrato
entre o Estado e a instituição. Moro revelou que o contrato levou ainda 15 dias
para ser oficializado. “Sabe quando saiu no Diário Oficial do Estado? Em 7 de
janeiro”, exclamou Moro, com a cópia da publicação nas mãos que oficializa o
contrato de R$ 1,95 milhão. “É assim que a coisa pública funciona”, alfinetou.
Ex-Secretária Estadual da Saúde, Sandra Fagundes, e Presidente
Francisco Moro durante cerimônia de reabertura do Hospital em dezembro Foto: Lorenço Oliveira/Arquivo Momento
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Segundo a assessoria de imprensa do Sindisaúde-RS, o
Presidente do sindicato Arlindo Ritter recebeu a informação de que, no próximo
dia 26 de janeiro, a Prefeitura de Osório receberá do Estado R$ 500 mil para
repassar ao Hospital. O valor será utilizado para o pagamento dos atrasados de
dezembro. E que no dia 6 de fevereiro, outros R$ 500 mil devem chegar ao município
para o pagamento dos salários referentes a janeiro. O Sindisaúde-RS declarou,
no entanto, que “os profissionais estão no limite” e que caso não sejam
efetivados os pagamentos, “haverá indicativo de greve” em Osório.
Blocos cirúrgicos e
obstétricos reabrirão na segunda-feira
O Presidente do Hospital Francisco Moro adiantou que os três
blocos cirúrgicos e o bloco obstétrico serão reabertos na próxima segunda-feira
(26). “Ontem [terça, 20] eu recebi da Vigilância Sanitária do Estado o alvará
para reabrir os blocos”, confirmou Moro, que está, agora, “correndo atrás de
médicos” para trabalhar nos setores.
Emergência do
Hospital devem voltar a funcionar até fim de março
Ainda em entrevista, Francisco Moro não quis colocar uma
data para a reabertura da urgência e emergência do Hospital. “As obras estão na
reta final, está para ser concluída”, garantiu. Moro espera que até fim de março
o setor esteja funcionando.
O Presidente explicou também que a ala pediátrica, que
passou por reforma, está finalizada, mas não pode funcionar pela falta de
energia elétrica. “O atual gerador não comporta todo o prédio, por isso está
sendo instalado um mais moderno, que deverá suprir mais 2/3 do hospital”,
disse.
A Prefeitura de Osório investiu cerca de R$ 300 mil para
ampliar e proteger a rede elétrica, interligando a subestação de energia aos
prédios e blocos do Hospital. A empresa vencedora da licitação terá 90 dias
para finalizar o serviço, que vai possibilitar a reabertura total da
instituição. Por enquanto, a orientação segue sendo encaminhar urgências ao
Posto Central de Saúde Dr. Flávio Silveira (Rua Garibaldi, 255 – Centro).
*Matéria publicada originalmente na capa do dia 22 de janeiro do jornal Momento.
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