A suspeita é de que lixo
hospitalar e outros produtos tóxicos tenham sido enterrados na área que fica
próximo a um córrego
Lorenço Oliveira
IMBÉ – A
Delegacia Especializada em Proteção e Defesa do Meio Ambiente (DEMA), em Porto Alegre ,
investiga há cerca de dois meses a ocorrência de um crime ambiental no Parque
de Eventos Petronilho Luciano Dias, no distrito de Santa Terezinha, em Imbé. A suspeita é de que
a área tenha servido de depósito clandestino de lixo hospitalar e produtos
tóxicos do Posto de Saúde 24 horas do município.
A denúncia surgiu por volta de agosto de 2013, quando o
então diretor do Parque de Eventos, Nei Jurandir Jacques de Souza, recebeu a
notícia que funcionários do parque teriam desenterrado garrafas com um líquido
transparente desconhecido. Nei constatou o fato in loco e seu irmão, o ex-gestor da prefeitura Guaraci Jacques de
Souza, também foi ao local e tirou fotos.
A Vigilância Sanitária do município foi acionada para
verificar. “Encontrei 2 ou 3 garrafas e comuniquei o delegado”, relata o chefe
da Vigilância, Leandro Dias de Castro, mais conhecido como “Caco”. No entanto,
Leandro duvida da autenticidade do material: “É possível que tenham colocado
essas garrafas ali. Quando cheguei, elas já estavam fora da terra”.
O delegado titular de Imbé, Valeriano Garcia Neto, também
constatou a presença de garrafas e vidros quebrados. “Eram muitas garrafas com
um líquido transparente e sem identificação”, disse o delegado. “Encaminhamos a
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que interditou a área com faixas”.
Técnicos da Secretaria de Meio Ambiente de Imbé interditaram a área com possível contaminação Foto Guaraci J. de Souza |
O inquérito foi instaurado pela Policia Civil, mas ficou
parado até setembro deste ano, quando Guaraci encaminhou um ofício ao delegado
pedindo celeridade ao processo. Algumas semanas depois, o inquérito chegou ao DEMA,
na capital. Segundo o delegado titular do município, Valeriano Garcia Neto, a
delegacia de Imbé não tem condições de fazer uma análise no material coletado e
passou o processo para uma especializada. “O DEMA vai investigar uma eventual
contaminação do córrego que passa ali próximo”, explica o delegado.
A delegada titular do DEMA, Roberta Bertoldo da Silva,
recebeu o inquérito em setembro e adiantou que esteve no parque para verificar
o fato. Segundo a delegada, ainda não é possível constatar a ocorrência de
crimes ambientais, como poluição e armazenagem irregular de produtos tóxicos
(artigos 54 e 56 da Lei de Crimes Ambientais). “É óbvio que alguma coisa foi
enterrada, mas vendo superficialmente não é possível provar tamanha repercussão
do caso. Até porque já se passou muitos meses desde o fato”, declarou a
titular. A delegada disse também que já solicitou ao IGP uma perícia no local.
*Reportagem publicada no jornal Momento no dia 27 de novembro de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário