Lorenço
Oliveira
“Não vos aconselho o trabalho, mas a luta.
Não vos aconselho a paz, mas a vitória! Seja o vosso trabalho uma luta! Seja a
vossa paz uma vitória”.
Entidades trabalhistas de todo o país saem às ruas
hoje para comemorar o Dia do Trabalho. Os direitos dos trabalhadores, no
entanto, passam por um momento delicado no Brasil. Greves e protestos devem
marcar a data neste ano, motivados por atrasos de salários, modificações na
previdência, alterações na concessão de seguros, além do fantasma da
terceirização, que está de volta. O primeiro de maio de 2015 está à flor da
pele, em luta constante.
A principal reivindicação das centrais sindicais é
contra a terceirização do trabalho no país. O Projeto de Lei 4.330/04, aprovado
pela Câmara dos Deputados na semana passada, propõe que empresas privadas possam
terceirizar todas as atividades, e não apenas atividades-meio. A matéria segue
para o Senado, cujo presidente já adiantou que não aceitará o texto de forma
“ampla e irrestrita”.
No último dia 15 de abril, houve manifestações em várias
capitais contra o projeto (vide foto).
Para as centrais sindicais a proposta retira direitos trabalhistas históricos,
já que permitiria a terceirização sem limites, em todas as funções de qualquer
empresa e setor. Hoje, em São Paulo, haverá um ato conjunto de organizações e
movimentos sociais, estudantil e sindical.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) deve levar milhares ao Vale do
Anhangabaú, onde serão levantadas as históricas bandeiras em defesa dos
direitos trabalhistas. Além disso, estão na pauta a defesa da Petrobrás e a
reforma política.
“Em protesto pela intervenção
militar você é tratado com educação. Em protesto pela educação você é tratado
com intervenção militar”. Esta é uma das frases que mais circulou no Twitter
nesta quarta-feira (29), dia em que uma forte repressão
policial estarreceu a população e as redes sociais. Curitiba foi centro de uma
batalha campal, nunca mais vista desde a ditadura militar. Cerca de 200
professores e servidores paranaenses ficaram feridos em confronto com a
polícia, durante protesto contra a aprovação da lei que muda a previdência
estadual.
Em repúdio ao massacre, o magistério de pelo menos
mais 10 estados devem iniciar uma greve nacional nesta sexta-feira, segundo
entidades filiadas a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
(CNTE). Além do Paraná, os professores dos estados de São Paulo, Santa
Catarina, Pernambuco e Pará também estão em greve há mais de um mês.
A citação do início do texto foi retirada de Assim Falou Zaratustra, a obra máxima do
filósofo alemão Friedrich Nietzsche, publicada entre 1883 e 1885. O livro
antecede os primeiros movimentos de luta dos trabalhadores, culminados no dia
1º de maio de 1886, em Chicago, nos Estados Unidos, e permanece atual até hoje.
Feliz Dia do Trabalho! Feliz Dia da Luta!
*Artigo
publicado no Momento do dia 1º de maio de 2015
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